terça-feira, 2 de abril de 2013

Relatório da viagem de estudo "Castelo Garcia D'Ávila"



No dia 23 de março de 2013, a partir das 5h:30min a turma de licenciatura em história 2012.2 (noturna), juntamente com outras turmas saiu em direção ao município de Mata de São João-BA, para conhecer o Castelo Garcia D’Ávila, dirigida pelo prof. Dr. Antônio Lindvaldo Souza e monitorados por Josefa Edilene Santos. A visita que se iniciou por volta das 10h:30min foi concluída por volta das 12h30min. Por ela pudemos aprender um pouco mais da história da colonização, especificamente a colonização do território sergipano, sobre a qual Garcia D’Ávila, fundado da Casa da Torre, teve muita influência.




Primeiramente, fomos até o Centro de Visitação, uma estrutura formada por várias salas. Nele pudemos ver, logo na entrada, telas que representavam a relação entre índios e brancos durante a colonização. Seguindo, vimos peças arqueológicas. Havia apreciável riqueza de materiais encontrados nas proximidades do castelo: peças que iam desde a pré-história até o período colonial – havia pratos de cerâmica decorados com detalhes azuis, uma caneca de vidro, além das peças de argila.





centro de visitação
(fonte: acervo pessoal de Maria de Fátima Souza; cap. em 02/04/2013)


tela representando chegada de portugueses no litoral
(fonte: acervo pessoal de Rosângela Santana; cap. em 02/04/2013)



Num salão pudemos ver uma maquete da Casa da Torre. Havia também mais telas, representando o contato entre índios e brancos no Brasil Colonial, representando também o castelo Garcia D’Ávila e o dono de mesmo nome.





 
(fonte: acervo pessoal de Maria de Fátima Souza; cap. em 02/04/2013)




(fonte: acervo pessoal de Maria de Fátima Souza; cap. em 02/04/2013)



O professor Antônio Souza escolheu dar a primeira parte da sua aula num pátio. Acomodados no chão ouvimos o professor que fez explanações sobre a história escondida atrás dos muros do castelo Garcia D’Ávila, o que revelou ainda mais a sua importância história.
Mas antes foi feita a identificação do local que, como nos foi dito, fica a 240km de Aracaju; é um sítio histórico às margens da praia, no litoral, e que possui grande importância turística.
Posteriormente veio a explicação da metodologia usada pelo professor, ao que se seguiu explanações sobre o papel do homem na história, de sua relação com outrem como sendo fundamental na história, e da importância das construções deixadas pelo homem (em especial a Casa da Torre, já que era esse o objeto de nosso estudo) para a história. Segue a isso uma síntese sobre o passado da Casa da Torre.
Essa obra arquitetônica teve como primeiro dono Garcia D’Ávila e tinha originalmente a função de fortaleza. Seu dono tinha sido inicialmente almoxarife, o que largou para se dedicar à criação de gado e arrendamento de terras. A troca foi um bom negócio visto haver no período grande necessidade de carne bovina e leite e concorrência muito baixa.
Ao morrer a fortaleza torna-se propriedade de Francisco Dias D’Ávila, neto de Garcia, que chega a adentrar e possuir terras no sertão nordestino.
O seu abandono se dá no século XIX quando a família D’Ávila perde controle do morgado, por causa do declínio da sucessão de poder. E durante muito tempo, ela ficou sendo esquecida e invadida por turistas que vandalizavam-na.
A Casa da Torre foi palco de muitos eventos históricos importantes. Entre eles basta-nos citar a própria colonização do estado de Sergipe e a expulsão dos holandeses. Nota-se já daí a sua importância histórica nacional.
Findada a primeira parte, nos dirigimos para debaixo de uma árvore grande e frondosa para a realização da segunda parte da aula, onde pudemos nos acomodar para ouvirmos as formas de a historiografia tratar Garcia D’Ávila.
Como pudemos aprender, historiografia tratou Garcia de diferentes formas a depender do lugar e do tempo. O Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, inicialmente criou em torno dele uma figura heroica para a Bahia, que tinha deixado de ser a capital do estado, perdendo tal honra ao estado do Rio de Janeiro. Então, o personagem histórico se torna uma ferramenta de revalorização da ex-capital do país. Já a historiografia sergipana o verá simplesmente como um importante criador de gado.
Por fim fomos ao castelo, onde tivemos a liberdade de transitar livremente em seu interior, conhecendo suas várias salas. Sua capela pudemos ver ser realmente a parte mais conservada de toda a estrutura, graças ao cuidado da comunidade religiosa para com o pequeno templo, ao longo dos anos. Nela havia sete imagens, da qual pudemos identificar com certeza 5 delas: Senhora Sant’Ana, Cristo Crucificado, São Francisco das Chagas e Nossa Senhora da Conceição. A capela, que tem dimensões ínfimas possui uma cúpula que dá um bom efeito acústico em seu interior. Suas paredes são pintadas de branco sendo eu em seu interior a detalhes em vermelho.
Como constatamos o restante do castelo não tem mais pintura, e está muito desgastado pelo tempo. Tem um porte considerável, as paredes são formadas por grandes blocos de pedra e suas formas são a de um castelo medieval. Ele não pôde ser restaurado em suas formas originais.
O piso original também pode ser apreciado em partes do castelo, porém a maior parte dele se perdeu restando apenas o a terra batida. Não mais há teto ou móveis. Ainda pode-se ver arcos e escadas.
Para termos acesso aos andares superiores havia plataformas de metal.





Castelo Garcia D'Ávila
(fonte: acervo pessoal de Maria de Fátima Souza; cap. em 02/04/2013)



(fonte: acervo pessoal de Maria de Fátima Souza; cap. em 02/04/2013)




estruturas de metais que permitem acesso a andares superiores 
(fonte: acervo pessoal de Maria de Fátima Souza; cap. em 02/04/2013)





(fonte: acervo pessoal de Maria de Fátima Souza; cap. em 02/04/2013)





(fonte: acervo pessoal de Rosângela Santana; cap. em 02/04/2013)





Da parte superior do castelo pudemos ver sua visão estratégica, através duma janela voltada para o mar. A proximidade aliada à posição favorecia que navios inimigos pudesses ser vistos com antecedência pelos primeiros D’Ávila.
Após conhecermos a estrutura retornamos para debaixo da árvore onde o prof. Dr. Antonio Souza fez algumas considerações finais em relação ao tema, concluindo assim a nossa viagem.
Essa viagem nos permitiu sentir o passado visitando um local de memória de grande importância para a história nacional, e que foi um ponto de partida para a colonização sergipana. Por meio dela, conhecemos mais um pouco da história por trás da nossa colonização, das suas causas e circunstâncias, sendo por isso de valiosa importância para a disciplina de Temas de Sergipe I.

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