sábado, 6 de abril de 2013

Descrição de "The Blue Boy"


Pessoal, por ser a arte amiga e ajudante da história, posto essa descrição de pintura que é além de arte uma fonte histórica sobre a Inglaterra do século XVIII:



Thomas Gaingborough (1727-1788) Jonatahan Buttal (The Blue Boy) Tela, 180cm x 120cm. Provavelmente 1769-1770. San Marino (Califórnia). Bibioteca de Henry E. Huntington e Art Galery.

     Sobre o fundo de cores mortas, feito a rápidas pinceladas e não muito detalhado, encontra-se um garoto nobre de treze anos de refinada indumentária: um calção até os joelhos e um casaco (justaucorps), ambos sem bordado e azuis; nos pés, sapatos com laços, que são mais comuns na Inglaterra  antes Revolução Industrial; na mão do lado esquerdo da imagem, um chapéu bem típico da nobreza, enfeitado por um grande pluma branca; e a do lado direito está apoiada à cintura, permitindo-lhe exibir ainda mais o casaco.
    Não só as roupas demonstram a sua posição social, mas também a forma como ele se porta: seu rosto é erguido; o plácido olhar e postura confiantes sugerem certa altivez de espírito; a mão como está posta também reforça a essa sua nobreza que para alguns talvez beire a arrogância.
     Há no quadro um jogo de oposições: o azul expressivo e fulgente da roupa e a sofisticação dela se contrastam com o simples fundo escuro sem muita expressão da natureza. Essas características dão maior destaque ao humano, o que vem a ser reforçado nesta obra pelo brilho doirado das nuvens atrás do jovem à altura do busto, dando um ar majestoso e glorificado ao pequeno.
       A  representação de aristocratas junto à natureza é comum ao pintor do quadro e é o que também ocorre em “Senhor e a Senhora Andrews”, em que é apresentado um jovem casal num banco recostado a uma árvore, em meio a um campo. Tal tendência do artista explica-se, em parte, devida a escola de pintura da qual fez parte e tornou-se importante expoente inglês: o Arcadismo.
       Em suma, a obra “The blue boy” pretende fortemente demonstrar a classe social a qual pertence o jovem, como vimos, por vestes, pelo jeito que o menino se apresenta, e também pelo modo como a pintura representa-o em relação ao fundo da imagem. Devemos a obra a Thomas Gainsborough, grande mestre do retrato e da paisagem e forte representante do Arcadismo inglês. Assim como em muitas outras do pintor, demonstra-se a elegância de nobres do século XVIII na Inglaterra. É, portanto, uma expressão da riqueza aristocrática e uma síntese do estilo do pintor.


Bibliografia
-http://www.epdlp.com/pintor.php?id=253(acessado dia 27 de março de 2013)
-http://es.wikipedia.org/wiki/Thomas_Gainsborough (acessado 25 de março de 2013)

terça-feira, 2 de abril de 2013

Relatório da viagem de estudo "Castelo Garcia D'Ávila"



No dia 23 de março de 2013, a partir das 5h:30min a turma de licenciatura em história 2012.2 (noturna), juntamente com outras turmas saiu em direção ao município de Mata de São João-BA, para conhecer o Castelo Garcia D’Ávila, dirigida pelo prof. Dr. Antônio Lindvaldo Souza e monitorados por Josefa Edilene Santos. A visita que se iniciou por volta das 10h:30min foi concluída por volta das 12h30min. Por ela pudemos aprender um pouco mais da história da colonização, especificamente a colonização do território sergipano, sobre a qual Garcia D’Ávila, fundado da Casa da Torre, teve muita influência.




Primeiramente, fomos até o Centro de Visitação, uma estrutura formada por várias salas. Nele pudemos ver, logo na entrada, telas que representavam a relação entre índios e brancos durante a colonização. Seguindo, vimos peças arqueológicas. Havia apreciável riqueza de materiais encontrados nas proximidades do castelo: peças que iam desde a pré-história até o período colonial – havia pratos de cerâmica decorados com detalhes azuis, uma caneca de vidro, além das peças de argila.





centro de visitação
(fonte: acervo pessoal de Maria de Fátima Souza; cap. em 02/04/2013)


tela representando chegada de portugueses no litoral
(fonte: acervo pessoal de Rosângela Santana; cap. em 02/04/2013)



Num salão pudemos ver uma maquete da Casa da Torre. Havia também mais telas, representando o contato entre índios e brancos no Brasil Colonial, representando também o castelo Garcia D’Ávila e o dono de mesmo nome.





 
(fonte: acervo pessoal de Maria de Fátima Souza; cap. em 02/04/2013)




(fonte: acervo pessoal de Maria de Fátima Souza; cap. em 02/04/2013)



O professor Antônio Souza escolheu dar a primeira parte da sua aula num pátio. Acomodados no chão ouvimos o professor que fez explanações sobre a história escondida atrás dos muros do castelo Garcia D’Ávila, o que revelou ainda mais a sua importância história.
Mas antes foi feita a identificação do local que, como nos foi dito, fica a 240km de Aracaju; é um sítio histórico às margens da praia, no litoral, e que possui grande importância turística.
Posteriormente veio a explicação da metodologia usada pelo professor, ao que se seguiu explanações sobre o papel do homem na história, de sua relação com outrem como sendo fundamental na história, e da importância das construções deixadas pelo homem (em especial a Casa da Torre, já que era esse o objeto de nosso estudo) para a história. Segue a isso uma síntese sobre o passado da Casa da Torre.
Essa obra arquitetônica teve como primeiro dono Garcia D’Ávila e tinha originalmente a função de fortaleza. Seu dono tinha sido inicialmente almoxarife, o que largou para se dedicar à criação de gado e arrendamento de terras. A troca foi um bom negócio visto haver no período grande necessidade de carne bovina e leite e concorrência muito baixa.
Ao morrer a fortaleza torna-se propriedade de Francisco Dias D’Ávila, neto de Garcia, que chega a adentrar e possuir terras no sertão nordestino.
O seu abandono se dá no século XIX quando a família D’Ávila perde controle do morgado, por causa do declínio da sucessão de poder. E durante muito tempo, ela ficou sendo esquecida e invadida por turistas que vandalizavam-na.
A Casa da Torre foi palco de muitos eventos históricos importantes. Entre eles basta-nos citar a própria colonização do estado de Sergipe e a expulsão dos holandeses. Nota-se já daí a sua importância histórica nacional.
Findada a primeira parte, nos dirigimos para debaixo de uma árvore grande e frondosa para a realização da segunda parte da aula, onde pudemos nos acomodar para ouvirmos as formas de a historiografia tratar Garcia D’Ávila.
Como pudemos aprender, historiografia tratou Garcia de diferentes formas a depender do lugar e do tempo. O Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, inicialmente criou em torno dele uma figura heroica para a Bahia, que tinha deixado de ser a capital do estado, perdendo tal honra ao estado do Rio de Janeiro. Então, o personagem histórico se torna uma ferramenta de revalorização da ex-capital do país. Já a historiografia sergipana o verá simplesmente como um importante criador de gado.
Por fim fomos ao castelo, onde tivemos a liberdade de transitar livremente em seu interior, conhecendo suas várias salas. Sua capela pudemos ver ser realmente a parte mais conservada de toda a estrutura, graças ao cuidado da comunidade religiosa para com o pequeno templo, ao longo dos anos. Nela havia sete imagens, da qual pudemos identificar com certeza 5 delas: Senhora Sant’Ana, Cristo Crucificado, São Francisco das Chagas e Nossa Senhora da Conceição. A capela, que tem dimensões ínfimas possui uma cúpula que dá um bom efeito acústico em seu interior. Suas paredes são pintadas de branco sendo eu em seu interior a detalhes em vermelho.
Como constatamos o restante do castelo não tem mais pintura, e está muito desgastado pelo tempo. Tem um porte considerável, as paredes são formadas por grandes blocos de pedra e suas formas são a de um castelo medieval. Ele não pôde ser restaurado em suas formas originais.
O piso original também pode ser apreciado em partes do castelo, porém a maior parte dele se perdeu restando apenas o a terra batida. Não mais há teto ou móveis. Ainda pode-se ver arcos e escadas.
Para termos acesso aos andares superiores havia plataformas de metal.





Castelo Garcia D'Ávila
(fonte: acervo pessoal de Maria de Fátima Souza; cap. em 02/04/2013)



(fonte: acervo pessoal de Maria de Fátima Souza; cap. em 02/04/2013)




estruturas de metais que permitem acesso a andares superiores 
(fonte: acervo pessoal de Maria de Fátima Souza; cap. em 02/04/2013)





(fonte: acervo pessoal de Maria de Fátima Souza; cap. em 02/04/2013)





(fonte: acervo pessoal de Rosângela Santana; cap. em 02/04/2013)





Da parte superior do castelo pudemos ver sua visão estratégica, através duma janela voltada para o mar. A proximidade aliada à posição favorecia que navios inimigos pudesses ser vistos com antecedência pelos primeiros D’Ávila.
Após conhecermos a estrutura retornamos para debaixo da árvore onde o prof. Dr. Antonio Souza fez algumas considerações finais em relação ao tema, concluindo assim a nossa viagem.
Essa viagem nos permitiu sentir o passado visitando um local de memória de grande importância para a história nacional, e que foi um ponto de partida para a colonização sergipana. Por meio dela, conhecemos mais um pouco da história por trás da nossa colonização, das suas causas e circunstâncias, sendo por isso de valiosa importância para a disciplina de Temas de Sergipe I.